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Líderes do G7 pedem à China que pressione Rússia contra invasão na Ucrânia; país presta queixa


Líderes do G7 pedem a China que pressione Rússia para colocar fim na invasão na Ucrânia
AP

Reunidos em Hiroshima, no Japão, os países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá) divulgaram um comunicado neste sábado (20), pedindo à China que “faça pressão sobre a Rússia” para colocar um fim na invasão à Ucrânia.

No texto, os líderes do G7 exigem ações diretas na China na solução do conflito. “Pedimos à China que faça pressão sobre a Rússia, para que o país coloque fim à agressão militar e retire, de forma incondicional e imediata, suas tropas da Ucrânia”, diz o comunicado. Neste contexto, os líderes do G7 também decidiram reforçar as sanções contra a Rússia, aliada de Pequim.

Os líderes também pedem à China que “não realize atividades de ingerência” em seus países-membros, e demonstra “preocupação” pelos direitos humanos, “especialmente no Tibete e em Xinjiang”. Também cita a situação no Mar do Sul da China e acusa Pequim, indiretamente, de “coerção”. Os dirigentes dos sete países ainda ressaltam “a importância da paz e da estabilidade” no estreito de Taiwan.

O presidente ucraniano conversou com o chinês, Xi Jinping, por telefone, no final de abril
O presidente ucraniano conversou com o chinês, Xi Jinping, por telefone, no final de abril © Montage RFI – Genya SAVILOV/AFP – Gonzalo Fuentes/Reuters

China presta queixa

“O G7 está obstinado em manipular as questões relacionadas com a China. Desacredita e ataca a China”, lamentou um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, expressando a “firme oposição” de Pequim. “A China manifesta seu forte descontentamento e sua firme oposição, e apresentou uma queixa oficial ao Japão, país que recebe a cúpula, e às outras partes envolvidas”, acrescentou.

Sobre Taiwan, o ministério chinês reprova as críticas dos países do G7, sem demonstrar uma oposição clara ao movimento independentista taiwanês. “O G7 defende avanços para um mundo pacífico, estável e próspero. Mas, na realidade, cria obstáculos para a paz mundial, prejudica a estabilidade regional e inibe o desenvolvimento de outros países”, afirmou o porta-voz.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, prometeu, neste sábado, manter a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan, diante da crescente pressão militar chinesa, e afirmou que “a guerra não é uma opção”. Tsai disse que, durante o seu mandato, a população tem mostrado ao mundo sua “determinação para se defender”.

O comunicado do G7 é resultado de negociações entre países como os Estados Unidos, que defendem uma posição mais firme com o gigante asiático, e outros do lado europeu, que insistem em evitar o clima de “confrontação”.

Volodymyr Zelensky conversa com o premiê indiano, Narendra Modi, durante o G7
Volodymyr Zelensky conversa com o premiê indiano, Narendra Modi, durante o G7 © via REUTERS – Ảnh do cơ quan báo chí của tổng thống Ukraina cung cấp.

Zelensky busca apoio

O primeiro dia da cúpula do G7 também foi marcado pelas reuniões bilaterais do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que está em busca de mais apoio militar contra as tropas russas.

A rodada de reuniões incluiu conversas com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, a chefe do Governo italiano Giorgia Meloni e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, cujo país se nega a condenar a agressão russa na Ucrânia.

O presidente ucraniano chegou a Hiroshima por volta das 15h30 locais (03H30 no horário de Brasília) em um avião da Força Aérea francesa. A França colocou um Airbus330 à disposição do presidente ucraniano para levá-lo da fronteira da Polônia para a Árabia Saudita, onde participou do encontro da Liga Árabe. Em seguida, a aeronave decolou para o Japão.

A presença do chefe de Estado ucraniano em Hiroshima “poderia mudar o jogo” para Kiev, afirmou o presidente francês Emmanuel Macron.

Segundo ele, a cúpula representou uma oportunidade para Zelensky se reunir com os líderes das sete economias mais industrializadas e de se aproximar de outras potências não alinhadas e presentes na reunião, como Índia e Brasil. O presidente Lula poderá reunir-se com Zelensky neste domingo (21), mas ainda não há confirmação oficial.

Modi assegurou que Índia fará “todo o possível” para resolver o conflito entre Rússia e Ucrânia. Zelensky também deve se reunir com o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O chefe do grupo paramilitar Wagner anuncia a captura de Bakhmut
O chefe do grupo paramilitar Wagner anuncia a captura de Bakhmut via REUTERS – PRESS SERVICE OF “CONCORD\

Captura de Bakhmut

Na Ucrânia, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, reivindicou, neste sábado (20), a captura completa da cidade ucraniana de Bakhmut, cenário da batalha mais longa e sangrenta da ofensiva da Rússia. Kiev, por sua vez, garantiu que continua combatendo no local, mas reconheceu que a situação é “crítica”.

Se confirmada, a captura de Bakhmut representaria uma vitória para Moscou, que vem acumulando derrotas.

(Com informações da AFP)

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