Foto: Paulo Capelli
Antes de o governo da Arábia Saudita presentear Michelle com joias, Bolsonaro demonstrou relação pessoal com o príncipe, Mohammed bin Salman. Em outubro de 2019, o então presidente da República afirmou que ambos se tratavam como “irmãos”. Disse Bolsonaro em discurso a megainvestidores em Riad:
“O Brasil já deu certo. E a aproximação com os senhores, em especial, aqui, a Arábia Saudita… A forma como o príncipe herdeiro tem me tratado, e eu também no tocante a ele. Como se fôssemos velhos conhecidos ou até mesmo irmãos. Isso me orgulha.”
A relação pessoal entre Bolsonaro e o príncipe merece destaque ante a revelação feita nesta sexta-feira (3\1) pelo Estadão. Os repórteres Adriana Fernandes e André Borges apontaram tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente ao Brasil joias dadas pelo governo da Arábia Saudita avaliadas em R$ 16 milhões. O presente destinado a Michelle foi entregue ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após encontro com Mohammed bin Salman.
Poderia o governo Bolsonaro ter aceito o milionário presente a Michelle? Haveria impessoalidade de Bolsonaro ao tratar questões político-econômicas com a Arábia Saudita após as joias?
Em sua defesa, Bolsonaro diz que, quando o ministro Bento Albuquerque trouxe o presente ao Brasil, não sabia o que havia dentro da caixa. E que, quando soube, Albuquerque enviou ofício à Receita Federal solicitando que as joias fossem destinadas ao acervo do governo brasileiro.
Metrópoles
