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Hamas divulga novo balanço com 15 mil vítimas e ataque israelense à escola da ONU mata 27

O balanço mais recente indicado pelo Hamas nesta quinta-feira (23) afirma que 14.854 pessoas foram mortas nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro. Ao mesmo tempo, em Gaza um médico relata 27 mortos em um ataque israelense a uma escola da ONU que abrigava pessoas deslocadas de suas casas pela destruição da guerra.


Sacos de farinha distribuídos aos palestinos pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, quinta-feira, 23 de novembro de 2023.
 REUTERS – IBRAHEEM ABU MUSTAFA

O governo palestino do Hamas disse que entre os mortos até o momento havia 6.150 crianças e 4 mil mulheres. Outras 36 mil pessoas ficaram feridas. O Ministério da Saúde do Hamas afirma que dezenas de corpos estão espalhados pelas ruas do norte da Faixa de Gaza e que é impossível contá-los devido à intensidade dos ataques.

Conforme o acordo de trégua, que deveria entrar em vigor às 7h da manhã (horário local) de sexta-feira (24), um primeiro grupo de 13 reféns será libertado à tarde em troca de prisioneiros palestinos, após sete semanas em cativeiro.

Também nesta quinta-feira, um médico do hospital al-Awda, em Jabaliya, sob condição de anonimato, revelou que pelo menos 27 pessoas morreram e 93 ficaram feridas em um ataque, que atribuem a Israel, a uma escola da ONU no norte da cidade de Gaza.

A reportagem da AFP não conseguiu confirmar a origem do ataque e não houve reação imediata do Exército israelense. Jabaliya é o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza. A agência da ONU para refugiados palestinos (Unrwa) afirma que estaria abrigando, em 156 escolas e instalações, cerca de um milhão de pessoas deslocadas que fogem dos bombardeios israelenses.

Israel se prepara para receber seus reféns

Ao mesmo tempo que os números de mortos não param de subir, Israel informou estar se preparando metódica e cuidadosamente para recuperar suas primeiras crianças reféns, potencialmente traumatizadas por sua detenção e pelas condições de seu sequestro.

Israel recomendou, em um manual sobre trauma psicológico e suporte médico básico, até mesmo as primeiras palavras que deveriam ser usadas pelos soldados quando entrassem em contato com as crianças. Os especialistas enfatizam que os menores provavelmente levarão muito tempo para se recuperar e que, no mínimo, a saída do cativeiro deve ser cuidadosa.

“Quando os soldados encontrarem a criança”, enfatiza o manual, “eles devem se apresentar educadamente e dizer coisas tranquilizadoras como ‘estou aqui para cuidar de você'”.

A pedido das autoridades, especialistas em abuso infantil do Instituto Haruv, em Jerusalém, prepararam instruções sobre a melhor maneira de capturar os menores quando forem libertados.

Além do atendimento médico de emergência, espera-se que eles levem o alimento de sua preferência, de pizza a schnitzel de frango. Se isso não for possível, eles devem levar pão, queijo e frutas.

Muitas crianças perderam entes queridos

Mas não cabe aos soldados responder sobre o que aconteceu com seu irmão, irmã ou pais, mesmo que os soldados saibam a verdade. Eles terão de se limitar ao essencial. “Meu trabalho é levá-los a Israel, a um lugar seguro, onde pessoas que você conhece responderão a todas as suas perguntas”, esclarece o manual.

Ayelet Noam-Rosenthal, uma das autoras, explica que o manual é baseado em experiências passadas, especialmente na Nigéria, com crianças sequestradas pelo grupo islâmico Boko Haram.

“Precisamos de elementos de linguagem comum” que sejam compatíveis com o trauma, acredita ela. “Devemos fazer tudo o que pudermos para evitar causar mais traumas”.

(Com informações da AFP)

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