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Refrigerante e Pedras nos Rins: A Dupla Que Está Silenciosamente Destruindo Sua Saúde

O consumo excessivo de refrigerantes está diretamente ligado ao aumento de casos de cálculo renal e um caso recente, em que um paciente precisou remover 35 pedras após beber 3 litros por dia, escancarou esse risco. Nesta matéria, o urologista Dr. Alexandre Sallum explica como o refrigerante afeta os rins, os sinais de alerta e o que fazer para evitar complicações graves. Uma leitura urgente e necessária.

Após a retirada de 35 pedras da bexiga de um homem que bebia 3 litros de refrigerante por dia, o alerta é claro: esse hábito pode custar muito caro aos seus rins.

Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando um caso impressionante: um paciente que consumia de dois a três litros de refrigerante por dia precisou passar por cirurgia para remover 35 pedras da bexiga. A cena chocante expôs não apenas a gravidade da situação, mas também a urgência de repensarmos o consumo dessas bebidas aparentemente inofensivas.

Para o urologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Alexandre Sallum Bull, o caso é emblemático e serve de alerta para todos que ainda acreditam que tomar refrigerante “só de vez em quando” não faz mal.

“Refrigerante é uma das bebidas mais agressivas para o sistema urinário. Ele altera o pH da urina, estimula a perda de minerais pelos rins, favorece a cristalização de substâncias como cálcio, fosfato e oxalato — e isso, com o tempo, vira pedra. E pedra vira dor, infecção e, nos casos mais graves, cirurgia.”

O que há de tão perigoso no refrigerante?

Por trás do sabor adocicado e da sensação refrescante, o refrigerante esconde um coquetel de substâncias prejudiciais ao trato urinário:

  • Ácido fosfórico: Presente especialmente nos refrigerantes à base de cola, altera o equilíbrio ácido-base da urina e aumenta a excreção de cálcio pelos rins, um dos principais componentes das pedras.
  • Açúcar em excesso: Altas doses de glicose afetam o metabolismo do cálcio e podem aumentar a produção de urina rica em minerais cristalizáveis.
  • Cafeína: Presente em muitos refrigerantes, tem efeito diurético leve, que pode aumentar a desidratação, reduzindo o volume urinário e favorecendo a concentração de sais na urina.

E isso sem mencionar os refrigerantes zero ou diet, que embora não contenham açúcar, mantêm o ácido fosfórico e adoçantes artificiais, também suspeitos de afetarem a microbiota intestinal e o metabolismo renal.

O caminho até a formação das pedras

Nos rins, substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico são naturalmente excretadas pela urina. Quando estão em equilíbrio e diluídas, tudo funciona bem. Mas quando concentração aumenta e a urina está mais ácida ou em menor volume, esses cristais se aglomeram e nascem os temidos cálculos renais.

“Beber refrigerante em excesso é como despejar ácido sobre um sistema que deveria ser equilibrado. Com o tempo, os rins reagem da única forma que sabem: formando pedras para tentar conter o excesso de toxinas e sais,” explica Dr. Alexandre Sallum.

Sintomas de quem está formando pedras nos rins

A formação de cálculos pode ser silenciosa no início, mas conforme as pedras crescem ou se movimentam, os sintomas aparecem e costumam ser intensos:

  • Dor lombar forte, em cólica, que pode irradiar para a virilha;
  • Urina com sangue ou turva;
  • Urgência urinária e sensação de bexiga cheia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Infecções urinárias recorrentes.

No caso do paciente que viralizou, as pedras não estavam nos rins, mas acumularam-se na bexiga, gerando um quadro raro, mas grave, que exigiu cirurgia aberta.

Quem consome refrigerante está mais propenso a ter pedras?

Sim. Estudos mostram que o consumo frequente de refrigerantes está associado a um aumento de até 33% no risco de formação de cálculos urinários. E o risco é ainda maior em pessoas que:

  • Têm histórico familiar de pedra nos rins;
  • Bebem pouca água;
  • Têm dietas ricas em sódio, proteínas animais e alimentos industrializados;
  • São sedentárias ou com sobrepeso.

Prevenção: o que realmente funciona

A boa notícia é que formar pedra nos rins não é inevitável. Com cuidados simples e consistentes, é possível prevenir o problema, mesmo em pessoas predispostas.

1. Beba bastante água:

Manter-se hidratado é a forma mais eficaz de diluir a urina e impedir a formação de cristais. A meta? Pelo menos 2 a 2,5 litros de água por dia, ou até mais se o clima estiver quente ou você praticar atividades físicas.

2. Evite refrigerantes e bebidas adoçadas:

Troque refrigerante por água com limão, chás naturais (sem açúcar), água de coco, kombucha ou sucos naturais.

3. Reduza o sal e os embutidos:

Dietas com excesso de carne vermelha e embutidos aumentam a excreção de ácido úrico, o que também favorece o surgimento de cálculos.

4. Inclua alimentos protetores:

Frutas cítricas, como limão, laranja e acerola, aumentam o citrato urinário, um composto que impede a formação de cristais.

5. Consulte um urologista:

Se você já teve pedra nos rins ou infecções urinárias, vale investigar o tipo de cálculo, os hábitos alimentares e, se necessário, fazer exames para personalizar sua prevenção.

O caso das 35 pedras retiradas da bexiga de um paciente que abusava do refrigerante não é uma história de azar é consequência de um hábito tóxico, mantido por anos, sem escuta nem orientação.

Você não precisa chegar a esse ponto.

“Quando você elimina o refrigerante da sua rotina, não está apenas cortando uma bebida calórica. Está fazendo um gesto de respeito com seu corpo, com seus rins e com a sua saúde a longo prazo.” — Dr. Alexandre Sallum Bull.

Dr. Alexandre Sallum Bull CRM 129592

Médico Urologista

Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)

Por Roneia Forte, da Comuniquese5, enviado ao Paraíba Urgente 

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