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Trump será julgado a partir de março de 2024 em Washington por suas ações durante eleição de 2020

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump será julgado a partir de 4 de março de 2024 por um tribunal federal em Washington por suas tentativas de reverter ilegalmente o resultado das eleições norte-americanas de 2020, anunciou nesta segunda-feira (28) a juíza Tanya Chutkan, que presidirá o processo.


O candidato republicano à presidência, ex-presidente Donald Trump, discursa no Lincoln Dinner 2023 do Partido Republicano de Iowa em Des Moines, Iowa, em 28 de julho de 2023.
 AP – Charlie Neibergall

Durante uma audiência, a juíza decidiu entre a proposta do promotor especialmente designado para o caso, Jack Smith, que queria que o julgamento de Donald Trump em Washington começasse em 2 de janeiro de 2024, um prazo que ela considerou muito curto, e a data de de abril de 2026, exigida pela defesa, que ela considerou “muito além do necessário”.

O destino do ex-presidente dos EUA, e candidato favorito nas primárias republicanas, dependerá da decisão neste processo. O advogado de Trump, John Lauro, se opôs veementemente nesta segunda-feira à data proposta pela promotoria para janeiro. “Você está pedindo um julgamento de fachada, não apenas um julgamento rápido”, protestou, durante a audiência.

“Se o cronograma proposto pela acusação fosse adotado, ler todas as provas do processo seria como ler ‘Guerra e Paz‘, de Tolstoi, 78 vezes por dia”, até o início do julgamento, argumentou a defesa.

Julgamento em 2026 é descartado

Mas a juíza Chutkan já parecia ter descartado a opção de um julgamento tardio. “Este caso não será julgado em 2026”, disse ela nesta segunda-feira.

A maioria dos especialistas em direito consideravam exorbitante o prazo de dois anos e meio exigido pelos consultores jurídicos do ex-presidente e esperavam um prazo mais próximo do desejado pela promotoria.

Além disso, a juíza já advertiu Donald Trump contra quaisquer “declarações inflamadas que possam atrapalhar a seleção do júri”, o que só poderia incentivá-la a marcar uma data anterior para o julgamento.

Isso não impediu o bilionário republicano de acusar o presidente Joe Biden, sem provas, nesta segunda-feira, de ser responsável por suas acusações, descrevendo mais uma vez o líder democrata como um “canalha”. Os dois homens poderão se enfrentar mais uma vez na eleição presidencial de novembro de 2024.

A decisão da juíza Chutkan pode pesar muito na sorte eleitoral de Donald Trump, que agora é acusado criminalmente em quatro casos.

Quatro acusações em menos de seis meses

O septuagenário é acusado em Nova York de fazer pagamentos suspeitos a uma ex-atriz de filmes pornográficos, de manuseio negligente de documentos confidenciais depois que deixou a Casa Branca – um caso julgado na Flórida – e de fazer propaganda eleitoral na Geórgia durante as eleições de 2020.

Foi esse último caso, nesse estado do sudeste do país, que lhe rendeu a foto de sua prisão na semana passada, uma imagem já histórica.

As datas dos julgamentos já foram marcadas para Nova York e Flórida: março e maio de 2024, respectivamente, mas esse cronograma pode mudar.

Para Whit Ayres, consultor político republicano, uma absolvição de Trump em seu primeiro julgamento, qualquer que seja, ajudaria a tornar irreversível sua liderança nas primárias republicanas.

“Não vejo como seria possível detê-lo [se for absolvido]” em sua candidatura republicana, disse ele em uma entrevista à imprensa local.

“Mas se ele for condenado por uma acusação grave, não sei como as pessoas reagiriam”, continuou, “porque nunca tivemos uma situação remotamente parecida com essa” nos Estados Unidos.

(Com AFP)

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