Quem não está cansado de ver um jogador ficar caído no gramado por absolutamente nada, apenas para ganhar tempo? Ou de ver um atleta tardar a deixar o campo ao ser substituído? A “cera” é mais velha no futebol do que andar para frente. E até hoje, coibi-la gera debates. A Major League Soccer implementou, nesta temporada, duas regras “anticera”, que vêm já surtindo efeito.
A timed substitution rule e a off-field treatment rule foram implementadas, segundo a liga, para otimizar o tempo de bola rolando, evitar a cera no momento da substituição e, ao mesmo tempo, viabilizar um atendimento médico mais eficaz e sem pressão.
A timed substitution rule, de acordo com o regulamento da liga, prevê que “qualquer jogador que está sendo substituído tem no máximo dez segundos para deixar o gramado”. Caso isso não ocorra, o jogador que vai entrar em campo em seu lugar terá de esperar um minuto para entrar. Ou seja, a equipe terá de atuar com um jogador a menos por um minuto. O tempo começa a contar quando o quarto árbitro levanta a placa de substituição.
Em caso de múltiplas substituições, “todos os jogadores substituídos devem deixar o campo de jogo dentro de dez segundos a partir do momento que o quarto árbitro levanta a última placa de substituição”. As exceções são em caso de troca de goleiros, em caso de lesões ou por motivos de segurança.
A regra foi testada inicialmente ano passado, na MLS Next Pro, uma espécie de Brasileirão de Aspirantes. 99,7% das mais de 3,200 mil substituições da liga foram feitas em dez segundos ou menos. No matchday 10 da MLS, semana passada, todas as 114 substituições foram feitas dentro do período estipulado.
Já a off-field treatment rule prevê que, “se um jogador com suspeita de lesão fica caído no gramado por mais de 15 segundos, o árbitro irá interromper a partida e permitir a entrada da equipe médica. Quando estiver apto a ser retirado do campo, o atleta vai deixar o gramado e sua equipe permanecerá com um jogador a menos por pelo menos dois minutos, até a equipe médica avaliar de forma eficiente sua lesão”.
A regra também foi implementada na MLS Next Pro anteriormente, “permitindo que as equipes médicas tivessem tempo para avaliar melhor os jogadores, assim como permitiu que os jogos tivessem mais dinamismo”. O caso não se aplica para lesões de goleiros, que envolvam choques de cabeça, lesões graves ou faltas que resultem em cartão.
As regras ainda precisam de complementos. Os goleiros seguem intocáveis e, por vezes, são os que mais param o jogo para esfriar os adversários. Mas como pontapé inicial, podem dar bom exemplo e motivar, quem sabe, mudanças em outras ligas.
O Gol
