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Disparos de tanques deixam mortos em abrigo da ONU em Gaza

Ao menos nove pessoas morreram nesta quarta-feira (24) por disparos feitos por tanques contra um centro de treinamento da ONU transformado em abrigo na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, informou o chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina e Oriente Médio.


Civis fogem dos combates em Khan Younes, em direção a Rafah. Na segunda-feira, 22 de janeiro de 2024.
 AP – Fatima Shbair

“Dois projéteis atingiram um edifício que abriga 800 pessoas. No momento, foram relatados nove mortos e 75 feridos”, informou diretor da UNRWA (na sigla em inglês) em Gaza, Thomas White, na rede social X.

O Exército israelense intensificou suas operações contra o movimento palestino Hamas em Khan Younis.

A UNRWA e a Organização Mundial da Saúde (OMS) tentavam se comunicar com o centro nesta quarta-feira, acrescentou White, que mais cedo mencionou “edifícios incendiados e vítimas em massa”.

Imagens transmitidas pelo canal Al Jazeera em árabe mostraram espessas colunas de fumaça saindo do prédio.

Todo o complexo abriga cerca de 10.000 pessoas, segundo o coordenador humanitário interino da ONU para os Territórios Palestinos, James McGoldrick, que lamentou “um novo incidente, em que um edifício usado para fins humanitários é impactado, ou danificado”.

Na terça-feira, Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, anunciou que o mesmo edifício havia “sido atingido durante operações militares” no dia anterior, já com seis mortos. As forças israelenses disseram à AFP que não estavam informadas.

À medida que as forças israelenses continuam as suas operações, mais de um milhão de pessoas estão bloqueadas em Rafah, ao sul de Khan Younis, perto da fronteira com o Egito.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo extremista em 7 de outubro, em solo israelense, que resultou na morte de cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, lançando uma vasta operação militar que já provocou a morte de 25.700 palestinos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

O mais alto tribunal de Justiça da ONU anunciou nesta quarta-feira que pronunciará na sexta-feira (26) a sua decisão sobre medidas urgentes exigidas pela África do Sul, que acusa Israel de “genocídio” de palestinos na Faixa de Gaza.

Potencialmente, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, na Holanda, poderia ordenar a Israel para suspender a sua campanha militar em Gaza, desencadeada após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

O comunicado à imprensa informa que na sexta-feira (26), às 13h00 (9h em Brasília), o CIJ “emitirá o seu despacho sobre o pedido de indicação de medidas provisórias apresentado pela África do Sul”, no Palácio da Paz, sua sede em Haia.

A África do Sul apresentou um apelo urgente no mês passado, argumentando que Israel estaria violando a Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio, assinada em 1948 após o Holocausto.

(Com informações da AFP)

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