Economia

Ibovespa fecha em alta de 0,15% com frigoríficos e Petrobras; dólar recua a R$ 4,98

Vale limita ganhos e cai mais de 2,4% em meio à queda dos preços do minério de ferro na China

O Ibovespa encerrou em alta e o dólar interrompeu a alta ante o real nesta segunda-feira (26), com o mercado sustentado pela alta em bloco de frigoríficos e Petrobras (PETR4), enquanto Vale (VALE3) fechou em queda.

Na cena internacional, as atenções, mais uma vez, estão na política de juros dos Estados Unidos, com investidores à espera de dados importantes da maior economia do mundo.

Diante destas pressões, o principal índice do mercado doméstico fechou a primeira sessão da semana com valorização de 0,15%, aos 129.609 pontos, contrariando o clima negativo em Wall Street.

Após voltar a se aproximar do patamar de R$ 5, o dólar perdeu força ante o real e fechou o dia com perda de 0,23%, negociado a R$ 4,982, na primeira sessão de queda após três altas seguidas.

Frigoríficos puxam alta

As maiores altas do Ibovespa foram protagonizadas pelos frigoríficos, com destaque para a JBS (JBSS3) puxando a fila com ganhos de 4,19%. Na sequência, Marfrig (MRFG3) subiu 3,87%, enquanto BRF (BRFS3) — que divulga balanço do quarto trimestre após o fechamento do pregão — valorizou 3,78%.

O clima positivo espelha o resultado da Pilgrim’s Pride, controlada pela brasileira JBS, que superou as expectativas de vendas e lucros do quarto trimestre, ajudada pela demanda resiliente por alimentos prontos para consumo e melhora da cadeia de suprimentos, juntamente com a redução dos custos de insumos.

Ainda no campo positivo, as ações da Petrobras (PETR4) ganharam 1,89%, em linha com a alta acima de 1,1% do petróleo no mercado global.

Na linha oposta, os papéis da Vale — que possuem o maior peso no mercado doméstico —, encerraram o dia com perda de 2,42%, pressionados negativamente em meio à queda dos preços do minério de ferro na China.

Semana agitada

O movimento do mercado também se dá em linha com investidores monitorando a agenda robusta de novos dados esta semana.

Nos Estados Unidos, serão divulgados novos números da inflação no país através do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), observado de perto pelo Federal Reserve (Fed) como base para as decisões sobre juros.

Além disso, números do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao 4º trimestre também estão previstos para quarta-feira (28).

Já no Brasil, o IPCA-15 será divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (27) e a expectativa por parte dos analistas é de que os efeitos do El Niño devem continuar pressionando os preços dos alimentos.

Encerrando a semana, na sexta-feira (1), o resultado do PIB brasileiro será informado. O indicador está no foco do mercado e, por parte dos analistas, a expectativa é de uma expansão de 3% no consolidado do ano passado.

Ainda no cenário doméstico, o governo anunciou o “Eco Invest Brasil”, um programa para proteger investimentos verdes de variações cambiais.

O chamado “hedge cambial” funciona como uma espécie de seguro, que cobre prejuízos a serem combinado. Deste modo, se o real desvalorizar em um determinado percentual, o investidor estará protegido.

Negócios

No segmento corporativo, a Americanas divulgou balanço referente aos nove primeiros meses de 2023. No período, a varejista acumulou prejuízo de R$ 4,611 bilhões, queda de 23,5%.

A empresa também informou prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre, 17,8% menor do que a perda de R$ 1,972 bilhão um ano antes, número já corrigido em relação aos R$ 212 milhões de prejuízo que originalmente a empresa tinha anunciado.

Além disso, a temporada de balanços no Brasil também ocupará as atenções, com os resultados de BRF, Engie Brasil, Ultrapar, Suzano, Ambev, Copel, MRV&CO, entre outros.

De acordo com análise de estrategistas do Itaú BBA, a temporada de resultados foi neutra até o momento, considerando as 34 empresas sob a cobertura deles que já reportaram seus números e representam 46% do valor de mercado do Ibovespa.

“Nós continuamos esperando que os resultados do quarto trimestre de 2023 mostrem melhores comparações anuais, confirmando as tendências que apontam para um ponto de virada nos lucros e um crescimento de 12% no lucro por ação em 2024”, afirmaram em relatório enviado a clientes.

*com informações da Reuters.

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