‘Estelionatário e mentiroso contumaz’, diz Moro sobre condenação de Delgatti
Senador e ex-procurador da Lava Jato, alvos do hacker, utilizaram as redes sociais para celebrar a sentença proferida pela Justiça do Distrito Federal
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-deputado Deltan Dallagnol comemoraram a condenação de Walter Delgatti a mais de 20 anos de prisão pelos crimes de interceptação de comunicações telefônicas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, além de invasão de dispositivo informático alheio. Através das redes sociais, o ex-juiz classificou o hacker como “mentiroso contumaz”. “3000 vítimas de ataques hacker. Estelionatário e mentiroso contumaz”, escreveu Moro. O ex-procurador, por sua vez, aproveitou a ocasião para ironizar os políticos de esquerda. “O herói da esquerda foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, invasão de dispositivos informáticos e realização de interceptações telefônicas sem autorização judicial. A esquerda está bem de heróis, hein?”, comentou Dallagnol. A sentença contra Delgatti foi proferida pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do DF, responsável pela ação em decorrência da Operação Spoofing, que investigou as invasões do aplicativo Telegram de celulares de Moro, Dallagnol e outros investigadores que integraram a Lava Jato, além de autoridades dos Três Poderes, empresários, artistas e jornalistas.
Em sua decisão, obtida pela Jovem Pan News, o magistrado majorou a culpabilidade de Delgatti em “grau exasperado, já que seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social”. Também pesou sua reincidência, conforme ficha criminal, e uso de identidade falsa para escapar de mandato de prisão. Para Leite, a personalidade de Delgatti também “deve ser avaliada de forma desfavorável, ante o exibicionismo de suas condutas ilícitas (materializadas nas imagens encontradas em seu computador)”, portando armas, dinheiro e exibindo carros de luxo. O juiz ressaltou que o condenado em nenhum momento se arrependeu dos crimes praticado, muito pelo contrário, intitulando seus atos criminosos como “ajuda ao povo brasileiro”.
Jovem Pan