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“Efeito inflação” derruba a Bolsa, apesar de alta forte da Petrobras

Fábio Vieira/Metrópoless

A alta de 6% do petróleo no mercado externo, motivada pelo corte na produção da Opep+ (grupo que reúne os principais produtores da matéria-prima) foi uma faca de dois gumes para a Bolsa de Valores brasileira (B3) nesta segunda-feira (3/4).

Por um lado, a redução na oferta de petróleo abriu espaço para uma perspectiva de alta nos preços do produto, algo que estava fora do radar dos investidores. Isso causou uma valorização em série das ações do setor, em especial da Petrobras. A petroleira avançou mais de 4% na Bolsa, acompanhada de perto pelas concorrentes menores PetroRio e 3R, que subiram 3% e 2%, respectivamente.

Por outro lado, a alta inesperada do petróleo trouxe à tona o receio de um repique da inflação global. Com possível impacto sobre os combustíveis e a indústria, a virada no mercado petroleiro pode ser um risco para o reaquecimento dos preços, o que coloca mais pressão sobre a política de alta de juros dos bancos centrais, inclusive o do Brasil.

A possibilidade de volta da inflação e de permanência dos juros elevados afetou as empresas de consumo brasileiras e anulou todo o efeito positivo sustentado pela Petrobras e outras petroleiras da Bolsa. O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,4%, aos 101.506 pontos.

No dia, empresas como Lojas Renner, Grupo Soma (dona das marcas de moda Animale e Farm) e Hapvida tiveram queda de cerca de 6%. Em comum, tais negócios dependem de juros menores para crescer e sofrem mais quando a Selic está elevada.

Os bancos, setor que também tem grande peso no Ibovespa, amargaram os mesmos efeitos ruins. As ações do Bradesco, Itaú e Santander recuaram em torno de 2% nesta segunda-feira.

Dólar

Hoje (3/4), o dólar encerrou o dia praticamente estável, com ganhos de menos de 0,1%. A moeda americana segue cotada a R$ 5,07.

Metrópoles

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