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Candidato da direita, Javier Milei, domina prévias com maior votação na Argentina

Ele aparecia como terceira força política saiu vitorioso das primárias

Os resultados iniciais das prévias confirmam as narrativas que circulam desde o fechamento das urnas: Javier Milei, líder do partido La Libertad Avanza, emerge como o candidato presidencial mais votado, com 31,63%. Esses números impactantes abalam o cenário político e sugerem uma mudança significativa na dinâmica eleitoral para outubro.

Na sua primeira tentativa como candidato à presidência (já havia concorrido como deputado nacional em 2021), o economista libertário conseguiu capturar o descontentamento generalizado com a situação socioeconômica do país, ultrapassando consideravelmente as expectativas das pesquisas públicas.

Milei obteve uma forte presença nos principais centros urbanos, especialmente nas províncias de Córdoba, Santa Fe, Mendoza e Neuquén. Ao mesmo tempo, Carolina Píparo, candidata a governadora de Buenos Aires pelo mesmo partido, alcançou um resultado histórico. Integrada à chapa de Milei, ela conquistou o segundo lugar individual com 24,16% dos votos, ficando atrás de Axel Kicillof (37,29%). A soma de Néstor Grindetti e Diego Santilli totaliza 31,64%.

Com base na contagem provisória, Sergio Massa (20,94%), do partido Unión por la Patria, ocupa a segunda posição individual. O Unión por la Patria recebeu 26,16%. O ministro da Economia prevaleceu com facilidade sobre o seu concorrente interno, Juan Grabois (5,25%), que não conseguiu conquistar a maior parte dos votos do kirchnerismo, como era esperado.

Na coalizão Juntos por el Cambio, que chamou atenção durante a campanha, a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich (16,98%) venceu, ficando quase 7 pontos à frente do chefe do governo de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta (10,85%).

Já Juan Schiaretti, do partido Hacemos por el país, consolidou 4,67%, com um desempenho positivo em Córdoba, embora tenha ficado atrás de Milei.

Os setores mais radicais do PRO, conhecidos como “falcões”, também tiveram boas notícias na cidade de Buenos Aires, onde Jorge Macri venceu Martín Lousteau, aliado político de Rodríguez Larreta, na disputa pela chefia do governo.

Para surpresa do governo, a previsão de Cristina Kirchner sobre uma “eleição de terços” foi cumprida em parte. Contudo, mesmo a vice-presidente não previu um resultado tão favorável para Milei, colocando o partido governista diante de um cenário impensável: ficar fora da votação.

Apenas cinco fórmulas nacionais conseguiram superar o limite de 1,5% necessário para competir em outubro: La Libertad Avanza, Juntos por el Cambio, Unión por la Patria, Hamos por Nuestro País e a Frente de Esquerda.

O cenário para as eleições gerais de outubro exigirá que as principais forças reajustem suas estratégias. Isso representará um desafio especialmente para Patrícia Bullrich, que disputará diretamente com Milei pelos votos da extrema-direita e centro-direita.

Dentro do partido governista, alguns avaliam que um confronto com os “falcões” permitiria a Massa uma comparação mais clara dos “modelos de país”. Assim, a estratégia visa manter parte dos votos do centro que apoiaram Rodríguez Larreta nas prévias, além de possivelmente atrair setores da esquerda que veem o peronismo como uma opção “menos radical” em relação às alternativas mais à direita.

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