Mundo

Pilotos de avião dizem que não viram a outra aeronave após acidente em pista de pouso no Japão

Os pilotos do avião da Japan Airlines (JAL) não viram a aeronave da Guarda Costeira durante a aterrissagem, o que teria provocado a colisão no aeroporto de Haneda, em Tóquio, na terça-feira (2). Eles afirmam que só sentiram o "impacto" na hora do pouso.


O avião da JAL (Japan Airlines) pegou fogo depois de bater em uma aeronave da Guarda Costeira japonesa no aeroporto de Haneda, em Tóquio.
 REUTERS – ISSEI KATO

O Bombardier Dash 8 foi atingido na pista pelo Airbus da companhia aérea japonesa, que transportava 367 passageiros e 12 tripulantes. O acidente deixou cinco mortos e 15 feridos.

Segundo o porta-voz da companhia, o comandante e os copilotos só perceberam a colisão quando o trem de pouso “estava prestes a tocar a pista”. De acordo com ele, um dos três pilotos viu um “objeto” pouco antes do acidente.

O acidente aconteceu às 17h47 no horário local na terça-feira. O avião do voo JAL516, vindo de Sapporo, no norte do país, bateu na pista de pouso na pequena aeronave da Guarda Costeira que se preparava para decolar para a península central de Noto, onde ocorreu um terremoto no dia do Ano-Novo.

O impacto entre os dois aparelhos provocou uma explosão e o Airbus A350-900 pegou fogo, parando algumas centenas de metros à frente, na parte lateral da pista. Os 379 passageiros e tripulantes conseguiram deixar o avião pelas saídas de emergência, antes do incêndio se espalhar. O vídeo do acidente viralizou nas redes sociais.

De acordo com o porta-voz da JAL, os pilotos, no início, não sabiam que a aeronave estava em chamas. “Quando o fogo começou, na parte traseira da aeronave, eles não conseguiram enxergar da cabine. Foi a tripulação que os avisou”, disse o porta-voz da JAL, lembrando que um avião “não tem um retrovisor”, como um carro.

Segundo o canal de TV japonês NHK, eles só perceberam o incêndio quando o chefe de cabine pediu permissão para abrir as saídas de emergência. A fumaça e o calor já tomavam conta do avião, o que causou pânico entre os passageiros.

Por conta do incêndio, apenas duas rampas de emergência puderam ser ativadas na parte dianteira da aeronave, de acordo com a NHK. Segundo a JAL, havia apenas uma outra saída, na parte traseira esquerda, protegida do fogo, mas a comunicação interna foi interrompida, e os pilotos não puderam autorizar sua utilização. Os comissários então decidiram desembarcar os passageiros pela porta traseira sem permissão, o que aprendem durante os treinamentos.

O avião levou 18 minutos para retirar todos os passageiros e o comandante foi último a sair. Logo depois, a aeronave foi destruída pelo fogo. Dezenas de caminhões de bombeiros tentaram apagar as chamas. A operação, no total, durou oito horas.

Pouso autorizado

Em uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira, um funcionário da Japan Airlines relatou que a torre de controle autorizou o pouso do Airbus.

De acordo com as trocas de rádio transmitidas na quarta-feira pelo Ministério dos Transportes japonês, o voo JAL 516 foi liberado para aterrissar às 17h44 e 56 segundos de terça-feira na pista 34R do aeroporto de Haneda, localizado à beira-mar. Nesse momento, já havia anoitecido em Tóquio.

Já o voo da Guarda Costeira recebeu instruções para se dirigir ao ponto de espera, antes da decolagem, às 17h45 e 11 segundos. Os pilotos da Japan Airlines não fizeram “contato visual” com o outro aparelho, embora um deles tenha avistado “um objeto” pouco antes do impacto, disse um porta-voz da companhia aérea.

De acordo com um oficial da Guarda Costeira citado pela NHK, o piloto do Bombardier – único sobrevivente da pequena aeronave – disse, logo após o acidente, que recebeu permissão para decolar.

Erro humano

Especialistas em aviação apostam em erro humano, mas as causas do acidente ainda serão investigadas pela agência japonesa de segurança dos transportes.

investigação terá a participação de uma equipe do BEA, a agência civil de aviação francesa, além de engenheiros britânicos e canadenses. A Airbus fornecerá assistência técnica.

Com informações da AFP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo