Policial

PCC gastou cerca de R$ 50 milhões em imóveis de luxo para lavar dinheiro do tráfico

Delação feita pelo empresário Antônio Vinicius Gritzbach aos promotores de Justiça detalhou a operação da facção criminosa

Antônio Vinicius Gritzbach delatou esquema do PCC

Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, mostram que cerca de R$ 50 milhões foram gastos somente em compra de imóveis, a maioria de luxo, como maneira de lavar o dinheiro do tráfico de drogas.

A delação feita pelo empresário Antônio Vinicius Gritzbach aos promotores de Justiça detalhou a operação dos traficantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O empresário é acusado de ter mandado matar um de seus clientes no esquema de lavagem de dinheiro: o traficante Anselmo Santa Fausta, homem forte da facção, executado no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, no dia 27 de dezembro de 2021. A Justiça já mandou Antônio Vinicius a júri popular, mas ainda não há data para o julgamento. Ele aguarda em liberdade.

Antônio Vinicius, que agia como um corretor de imóveis da facção, entregou a lista de casas e apartamentos comprados pelos criminosos com o lucro do tráfico. São imóveis de luxo, nos bairros Tatuapé e Jardim Anália Franco, na zona leste. Um dos apartamentos custou R$ 3,1 milhões. Nele, morou o traficante Anselmo Santa Fausta.

Imóveis no litoral paulista também foram comprados por integrantes do PCC. No tradicional condomínio Jardim Acapulco, em Guarujá, uma casa foi comprada por R$ 3 milhões. Perto dali, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, criminosos compraram três casas, um total de R$ 9,9 milhões.

A delação feita pelo empresário garantiu uma diminuição da pena no processo por lavagem de dinheiro, mas não resultou em nenhum benefício no caso em que ele é acusado de mandar matar o Anselmo Santa Fausta. Antônio Vinícius diz que é inocente, mas os promotores não acreditam nisso.

O empresário entregou ainda ao Ministério Público uma lista de supostos policiais civis corruptos. Ele afirmou que a corporação não investigou as denúncias porque um desses policiais tem um parente na cúpula da corregedoria da Polícia Civil.

O SBT pediu um posicionamento para a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo em relação à denúncia de corrupção na Polícia Civil, mas a pasta pediu mais prazo para responder.

SBT News

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