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Apenados iniciam tentativa de rebelião no presídio de Cajazeiras após mudanças no comando; secretário promete resposta dura


Penitenciária Padrão Regional de Cajazeiras – (Foto: Ilustrativa/TJPB)

Apenados do presídio de Cajazeiras, no Sertão do Estado, iniciaram uma tentativa de rebelião no inicio da noite desta quinta-feira (25) após o anúncio de mudanças na direção da unidade prisional. O diretor, Tales Alves de Almeida, alvo de uma operação deflagrada pelo Gaeco que mira um suposto esquema para liberar detentos com a manipulação de procedimentos legais e administrativos, foi exonerado do cargo.

Durante entrevista exclusiva ao programa 60 Minutos, do Sistema Arapuan de Comunicação, o secretário de Administração Penitenciária do Estado, João Alves, afirmou, de dentro de uma das alas da unidade prisional, que a situação está sob controle e cravou que o Estado não vai recuar da mudança na gerência do presídio.

João Alves detalhou ao programa 60 Minutos que o principio de rebelião foi motivado pelo inconformismo dos presos com a nova direção, que promete uma linha dura contra os apenados.

Ele citou ainda que alguns detentos devem ser transferidos da unidade, que passará por uma reforma após os atos de vandalismo. Ele ponderou,porém, que houve apenas prejuízos matérias e que um detento ficou ferido quando estava tentando quebrar uma parede.

Sobre a operação

A operação conjunta entre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Polícia Civil, Secretaria de Administração Penitenciária (SEAD) e Polícia Militar (PM) identificou que o grupo criminoso alegava doenças sem justificativa ou com documentação falsa para conseguir a liberação temporária ou definitiva de presos.

Os suspeitos também conseguiam reduções fraudulentas de penas, baseadas em atividades socieducativas e de trabalho supostamente realizadas pelos apenados. Tales Alves de Almeida é considerado foragido. Um advogado, que não teve o nome revelado, foi preso e segue à disposição da Justiça.

Segundo as investigações, há a suspeita de que essas atividades usadas como justificativa não tenham acontecido ou tenham sido notificadas de forma exagerada em registros prisionais. Dessa forma, os processos de progressão de regime eram acelerados indevidamente, resultando na liberdade e também em outros benefícios para os detentos.

Ao todo, 70 agentes foram mobilizados para a operação. Cerca de 22 integrantes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO-PB), 26 da Polícia Civil e 16 da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP-PB) e ainda apoio da Polícia Militar da Paraíba.

Paraiba.com.br

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