Hamas rejeita nova proposta de cessar-fogo; Netanyahu pede pressão dos mediadores
Os Estados Unidos apresentaram uma proposta para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (16), mas ela foi imediatamente rejeitada pelo Hamas, que não aceitou as "novas condições" de Israel. A proposição foi feita após dois dias de negociações em Doha, liderada por mediadores norte-americanos, do Catar e do Egito. Num comunicado conjunto, os países envolvidos nas tratativas da trégua informaram que as conversas serão retomadas no Cairo, na próxima semana.
As “novas” condições de Israel incluem a manutenção das suas forças na Faixa de Gaza, ao longo da fronteira com o Egito, disse um dos responsáveis do movimento islâmico sob condição de anonimato.
“Não aceitaremos nada menos do que um cessar-fogo completo, uma retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados e um acordo de troca de reféns por prisioneiros”, acrescentou.
O Hamas não participa nas negociações de Doha, que reuniram responsáveis egípcios, catarianos e chefes dos serviços secretos americanos e israelenses. Porém, o grupo islâmico, no poder na Faixa de Gaza, mantém contato regular com os mediadores que enviaram, no final de sexta-feira, o que apresentaram como uma proposta de compromisso que “preenche as lacunas restantes” para a “implementação” de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde a guerra continua há mais de 10 meses.
O Hamas diz ter aceitado, em 2 de julho, um plano apresentado no final de maio pelo presidente norte-americano Joe Biden que deverá permitir – em três fases – conduzir a “um cessar-fogo duradouro e à libertação de todos os reféns” detidos em Gaza desde 7 de outubro.
Outro responsável do Hamas acusou, nesta sexta-feira, a delegação israelense de ter “imposto novas condições (…) em linha com a sua política de obstrução”.
Ele cita, em particular, “a manutenção de tropas no corredor da Filadélfia” ao longo da fronteira com o Egito e “um direito de veto sobre os nomes de certos prisioneiros ou a possibilidade de expulsar alguns após a sua libertação”.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu detalhou as condições israelenses na terça-feira, incluindo “um veto a certos prisioneiros palestinos”, antes de enviar seus chefes de inteligência para negociar em Doha.
Por sua vez, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou por telefone ao seu homólogo americano, Lloyd Austin, que chegar a um acordo é um “imperativo moral” e “uma prioridade estratégica”, segundo um comunicado de imprensa do seu gabinete.
Pressionar o Hamas
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apelou nesta sexta-feira aos mediadores norte-americanos, catarianos e egípcios para que coloquem “pressão” sobre o Hamas para que chegue a um acordo para o cessar-fogo em Gaza.
“Israel espera que a pressão (dos mediadores) leve o Hamas a aceitar” o plano proposto no final de maio pelo presidente americano Joe Biden, disse Netanyahu num comunicado de imprensa. O Hamas recusa certas condições que acusa Israel de ter acrescentado ao texto inicial.
(Com AFP)