Fernando Cunha Lima compareceu na tarde de hoje para prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra Infância e Juventude, em João Pessoa. O médico pediatra é suspeito de vários estupros de vulneráveis nas suas quatro décadas de atuação como profissional de saúde. Pela manhã, a defesa do médico havia informado que ele estava internado em um hospital da capital e não poderia comparecer. Em outras duas vezes ele havia sido convocado para prestar depoimento, mas igualmente alegou problemas de saúde para não comparecer.
A delegada Isabel Costa não revelou o que disse Fernando, mas ela adiantou que ele contou sua versão dos fatos e não se manteve em silêncio durante o depoimento. Ainda segunda ela, o inquérito será finalizado até o final da próxima semana. Os detalhes estão sendo mantidos em sigilo porque se trata de um processo em segredo de justiça.
Na saída da delegacia, o médico apenas declarou à imprensa que não comentaria a investigação. O advogado que acompanhou Fernando Cunha Lima afirmou que entrou no caso recentemente e havia pedido habilitação para ter acesso aos documentos do processo. Ontem, a defesa do pediatra emitiu uma nota declarando que o médico é inocente e que está sendo “acusado injustamente”.
A prisão preventiva do pediatra foi solicitada pela Polícia Civil e o documento deve ser enviado ao Ministério Público para análise. Caberá à Justiça decidir acatar ou recusar solicitação.
Até agora, seis mulheres já apresentaram denúncias de abusos contra Fernando Cunha Lima. São três mães de pacientes do pediatra, incluindo a mãe da menina de 9 anos que fez a primeira acusação formal, e duas sobrinhas dele.
De acordo com os relatos feitos à polícia, o médico costumava agir no consultório, durante atendimentos e exames de rotina, com a mãe da vítima presente ao local, mas aproveitando algum momento de distração.
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