Escolha de Derrite reforça desconfiança do governo Lula sobre Hugo Motta e pode afetar planos de Nabor para o Senado

O jornal Folha de S.Paulo destacou neste domingo (10) que a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar o projeto de lei antifacção, principal aposta do governo Lula (PT) na área da segurança pública, reacendeu a desconfiança do Planalto em relação ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), movimento que pode impactar diretamente as pretensões eleitorais de seu pai, Nabor Wanderley, lançado para disputar uma vaga ao Senado Federal em 2026.
Segundo o jornal, o gesto de Motta ao indicar Derrite, secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi interpretado no governo como uma sinalização à base bolsonarista, contrariando a expectativa de alinhamento com o Palácio do Planalto.
A reportagem lembra que o deputado paraibano vinha buscando aproximação com Lula, participando de eventos do governo, apoiando projetos de interesse do Executivo e intermediando negociações com partidos do centrão, após o rompimento das cúpulas do PP e do União Brasil com o presidente.
Esses movimentos, segundo analistas, tinham como meta fortalecer a posição de Motta em Brasília e abrir caminho para que o governo federal apoiasse o nome de Nabor Wanderley ao Senado. A escolha de Derrite, porém, lançou dúvidas sobre essa aproximação e expos a fragilidade da relação entre o parlamentar e o Planalto, num momento em que a pauta da segurança pública é tratada como prioridade política do governo Lula.





