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Conversas expostas pela PF indicam “promiscuidade” e “dívida” de Raíssa Lacerda com traficantes

As investigações da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Território Livre, apontam para o envolvimento da vereadora de João Pessoa, Raíssa Lacerda (PSB), com o crime organizado. A parlamentar está sendo investigada por aliciamento violento de eleitores e por possíveis relações com lideranças criminosas locais. Segundo informações obtidas pela PF, Raíssa teria sido alvo das autoridades desde 2022, quando foi deflagrada a Operação Bayerische, focada no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro.

A PF teve acesso a uma conversa entre a vereadora e um traficante. Em um dos diálogos, o criminoso teria cobrado uma dívida de Raíssa, que, segundo as investigações, seria fruto de um apoio ostensivo à sua campanha eleitoral, inclusive utilizando o veículo do traficante para promover sua candidatura.

“A investigação revela uma promiscuidade entre a vereadora e membros do crime organizado, uma relação que não guarda discrição, já amplamente noticiada pela mídia. O traficante cobrava uma dívida relacionada ao apoio político prestado à candidatura de Raíssa Lacerda”, afirma um trecho do relatório da PF.

Ainda segundo os investigadores, a relação entre a vereadora e o crime organizado teria como objetivo o controle de votos em comunidades vulneráveis de João Pessoa, configurando uma nova forma de voto de cabresto. Em troca desse controle eleitoral, criminosos receberiam favores durante o mandato da parlamentar. Raíssa Lacerda é candidata à reeleição para a Câmara Municipal.

A operação Território Livre investiga, além de Raíssa, outros agentes públicos e criminosos por envolvimento em um esquema de aliciamento de eleitores e tráfico de influência em João Pessoa. A vereadora, que foi presa nesta quinta-feira (19), nega as acusações e alega ser vítima de perseguição política.

Os desdobramentos da operação devem seguir nos próximos dias, e a Câmara Municipal de João Pessoa já emitiu nota sobre o caso, aguardando a decisão da Justiça. No entanto, o legislativo ainda não se manifestou sobre uma possível cassação do mandato da parlamentar.

PBAgora 

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