“A afirmação do general Edson Leal Pujol (escolhido por mim para comandante do Exército), que ‘militares não querem fazer parte da política’, vem exatamente ao encontro do que penso sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional”, disse Bolsonaro, em publicação nas redes sociais.
“São elas o maior sustentáculo e garantidores da democracia e da liberdade e destinam-se, como reza a Constituição, ‘à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem’”, emendou.
“Devem, por isso, se manter apartidárias, ´baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República´”.
Mais cedo, em mais uma lance na tentativa de demarcar a distância entre o governo de Bolsonaro e as Forças Armadas, Pujol afirmou que os militares da ativa não querem fazer parte da política, em meio a diversas falas polêmicas do presidente.
Pujol disse, em um seminário sobre defesa nacional, que “somos instituição de Estado, não somos instituição de governo”.
“Não temos partido, nosso partido é o Brasil, independentemente de mudanças ou permanências de determinado governo por um período longo. As Forças Armadas cuidam do país, da nação, elas são instituição de Estado, permanentes, não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar, de como cumprir as nossas missões”, disse.
Na véspera, em uma live organizada pelo Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) sobre defesa, o general fora na mesma linha.
O incômodo dos militares da ativa com a identificação do governo Bolsonaro com as Forças Armadas tem crescido. Hoje, nove dos 23 ministros do governo têm origem militar. Mais do que isso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello –chamado para atender uma situação de emergência e que acabou sendo efetivado no cargo– é da ativa e não tem planos de ir para reserva, o que incomoda os militares.
Agência Reuters